segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Passeio pela Geira


Logo pela manha de Sábado, 22 de Outubro, por volta das das 7:30, já estávamos no ponto de encontro e a temperatura estava de acordo com um verdadeiro dia de Outono, estava frio! Nós, como verdadeiros bttistas, seguimos viagem por volta das 8:00, mesmo de calções vestidos, sem medo!!

Éramos 7, eu, Fernando, Zé Armando, Claudio, André, Miguel e Victor, deve ter sido o passeio com mais pessoas que já fiz!


Seriam cerca das 9:45 quando, já na zona de Amares, arrancamos para percorrer parte da conhecida Geira Romana. Na verdade, só iríamos andar na Geira, propriamente dita, na parte de tarde, quando percorrêssemos o caminho de volta visto que queríamos fazer um percurso circular.


O caminho é bastante interessante, com paisagens bonitas e cheio de pormenores que fazem as delícias de qualquer aficionado do btt.


A meio da manhã fizemos uma merecida pausa para um lanche.


A parte da manha foi, em grande parte, a subir, o que ajudou a abrir o apetite para o almoço. Por volta das 12:45 chegamos ao restaurante onde estava planeado almoçarmos.


Começamos por perguntar o que havia para comer e a menina que nos atendeu disse que não havia nada feito para almoçarmos e que ia perguntar o que se podia fazer. Quando ela voltou o Fernando resolver dar um ar da sua graça dizendo:

“menina desculpe, queria fazer-lhe uma pergunta. Não conhece aqui perto algum restaurante com comida já feita para comermos?”

Muito bom!!!

Terminado o almoço, que já se prolongava à bastante tempo retomamos o nosso percurso entrando finalmente na Geira.


O passeio pela Geira é muito agradável, caracterizado por partes com muita pedra (que parecem restos de uma calçada romana).

Infelizmente ainda apanhamos o calor de um  incêndio que estava ainda em fase de rescaldo... uma pena!


Já ao final da tarde, estávamos de volta ao carro. Levavamos para casa dores nas pernas, algumas "nódoas negras" e muitas boas recordações que vão permanecer por muito tempo.

Que bela equipa!!!



domingo, 16 de outubro de 2011

Caminhos de Santiago


Já estava à algum tempo marcado com o Miguel, Diogo e Nélson, o percorrer do muito falado Caminho Português de Santiago.
A história deste caminho é interessante e histórica, pelo que deixo aqui um link sobre a história do mesmo para quem quiser saber o "porquê das coisas"!




Dia 1 : Cavalões - Valença

Arrancamos de Cavalões na quinta-feira, 6 de Outubro, por volta das 7:00. A luz do dia ainda era fraca quando montamos nas bicicletas, com a mochila às costas, com vista a obter o primeiro carimbo em S. Pedro de Rates, foi o início da aventura!



Tínhamos acordado entre todos fazer uma paragem para o pequeno-almoço em Barcelos. Fomos à única padaria/pastelaria de Portugal que não faz pães com manteiga!!! Somos mesmo uns priveligiados….!


A próxima paragem estava marcada para Ponte de Lima mas, antes de voltarmos à peregrinação, ainda fomos à PSP de Barcelos carimbar a credencial.




Ao longo do caminho íamos passando por outros peregrinos, principalmente a pé!


Em Ponte de Lima fizemos a tal paragem programada para o almoço, eram cerca das 12:30 quando chegamos à Tasquinha das Fodinhas para umas sandes de panado. O nome engana um bocado!, apesar de ter um cardápio, no mínimo, curioso, o que se come lá são mesmo panados e bolinhos de bacalhau e rissóis, etc…!



O trajecto da parte da tarde, Ponte de Lima – Valença é, sem dúvida o meu preferido de todo o Caminho de Santiago. Caminhos e paisagens agradáveis, frescura das árvores, passagem perto do rio…, tudo o que o peregrino/BTTista precisa para sorrir… e pedalar!


Ao longo do caminho íamos fazendo algumas paragens em albergues, cafés… não só para descansar mas, mais importante!, carimbarmos as nossas credenciais de peregrino que iriam marcar o nosso “rasto” ao longo do caminho.



A cruz dos Franceses...

Chegados a Valença, fomos directos para o albergue onde iríamos passar a noite na ânsia de tomar um merecido banho, de forma a tentar enganar o cansaço, que já era evidente!
Antes ainda do jantar, passamos no centro de saúde, visto o nosso camarada Nelson estar, já à algum tempo, com dores num joelho. Saídos do centro de saúde e, posteriormente, da farmácia fomos à procura de um restaurante para repor as forças.

Fomos parar a um restaurante que estava completamente vazio, pedimos o jantar e, como a fome era muita, pedimos pão e manteiga para irmos “trincando” qualquer coisa e a resposta do senhor foi curiosa:


“...nós não trabalhamos com manteigas…”

Terminado o jantar, fomos andando de volta para o albergue. Daí a nada estávamos deitados, e “alguns” de nós, não demoraram 2 minutos a adormecer. Para “outros”, não foi nada fácil dormir tal era o barulho que quem dormia fazia!!


Dia 2 : Valença - Padron

Na sexta-feira seriam por volta das 7:00 quando fomos tomar o pequeno almoço a uma padaria perto do albergue, “aqui já havia manteiga”! Depois, foi só o tempo de tratar das bicicletas, e voltamos à viagem. Dali a nada, já estávamos a entrar em Espanha e a pensar;


“…mais uma internacionalização!”


Passamos Tui e Porriño e antes de chegarmos a Redondela a dor de joelho do Nelson voltou a atacar. Mas sempre sem desanimar, nem sequer pensar em desistir, continuou como um verdadeiro peregrino.


Decidimos então, parar em Redondela para descansar e almoçar.


A parte da tarde correu bem embora, à medida que íamos avançando no caminho este parecia que ia esticando e tornava-se mais penoso, muito por causa do cansaço acumulado do dia anterior. O tempo foi passando e nós fomos pedalando até que, ao fim do dia, chegamos, finalmente, a Padron.


Em Padron, optámos por não ficar no albergue mas sim, na pensão El Cuco.

Depois do banho, e de darmos umas voltas a pé por Padron, entramos num restaurante, cujo nome já não me recordo, para o desejado jantar.



Dia 3 : Padron - Santiago de Compostela

Este dia seria o mais curto e o mais empolgante, era a chegada a Santiago de Compostela!


Arrancamos logo pela manhã, fiquei, na altura, um pouco confuso com as horas que seriam, visto que em Espanha é uma hora mais tarde. O caminho foi agradável e bem disposto até que avistámos Santiago de Compostela. Andamos mais uns quilómetros e chegámos!!

Foto tirada por um peregrino inglês.

Fomos directos para a “casa do peregrino” (não me lembro do nome correcto!!) e, depois de algum tempo na fila, conseguimos, finalmente, o nosso diploma de peregrino, ao qual tivemos acesso, depois de entregar a nossa credencial “repleta” de carimbos! Foi o alcançar no nosso objectivo.


Demos um passeio junto da catedral e decidimos ir directos para a estação de comboios, antes ainda de almoçar.


Foi aqui que começou a segunda aventura, vir embora de comboio. Tudo começou na estação de Santiago de Compostela quando, na bilheteira, mesmo depois de insistirmos bastante, só conseguimos comprar três bilhetes com transporte de bicicleta e um normal. Tivemos de convencer o revisor do comboio, a deixar-nos vir os quatro, com as bicicletas, o qual foi simpático e acedeu ao nosso pedido. A viagem foi apenas até Vigo onde, apenas ao final do dia, apanharíamos o comboio internacional da CP para Famalicão.

No comboio espanhol.


Depois de algumas horas à espera, durante as quais foram-se acumulando outros ciclistas também de regresso a Portugal, o segurança da estação mandou-nos ir pondo as bicicletas na primeira carruagem do comboio e foi o que fizemos, colocando as bicicletas nos espaços possíveis junto das portas, visto este comboio não ter nenhum sítio específico para as por. Esperamos mais um pouco até que apareceu o revisor espanhol, a ordem deste foi,

“todas as bicicletas para fora da carruagem”, isto em espanhol, claro!

Tivemos que levar as bicicletas para as últimas carruagens do comboio. Fomos os últimos a entrar com as bicicletas, e reparamos que as últimas carruagens estavam cheias de bicicletas e os respectivos ciclistas estavam todos na carruagem a seguir. Acabamos por ficar na última carruagem vazia, com as nossas bicicletas no meio dos assento,s e o comboio lá seguiu viagem.

No comboio português.

Chegados a Valença entrou o revisor português e começou mais uma novela. Quando este chegou à nossa carruagem para cobrar os bilhetes ficou espantado por termos as bicicletas no meio dos assentos e mais espantado ficou quando viu, através do vidro as portas que separam as carruagens, tooooodas as outras bicicletas! Ameaçou que nos punha lá fora, que não podíamos ir assim, e de nada adiantou dizermos o que se tinha passado! Tudo isto com uma plateia de ciclistas, que observavam toda a conversa, espreitando da outra carruagem!

Tudo isto acabou em bem e lá chegamos a Famalicão por volta das 21:30. Tinha acabado a aventura que deixou boas recordações.